Agora chega!
Chega de obedecer,
e de ficar calado.
Chega de ter que fazer
tudo que eu não quero
e acho errado!
Agora chega!
Chega de comer pepino
e de engolir ovo quente,
chega de dormir cedo
e acordar mais cedo ainda,
chega de visitar a avó,
a tia, a prima, o padrinho...
Chega de prestar contas
do banho tomado,
da roupa escolhida,
do uniforme da escola,
da nota da prova,
de cada segundo,
de cada respiro!
Chega, chega... e chega!
Liberdade ainda que tarde!
Independência ou morte!
Manhêêêê!
Onde está a minha roupa de goleiro?
Paiêêêê!
Quero o dinheiro da minha mesada!
Carlos Queiroz Telles. Sementes de sol. São Paulo: Moderna, 1992. p. 56.
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